quarta-feira, 29 de julho de 2015

Sem’Ana Paula


Mais (de) uma sem’Ana Paula,
que você não diz que me ama, Paula.
Quero teu lindo sorriso,
é só o que preciso,
é tudo que desejo,
é mais do que mereço!
Teu olhar, teu apreço;
sentir tua pele, beijar tua boca,
colar na tua nuca,
prendê-la em meus braços.
Corpos entrelaçados
em gestos ritmados,
desfalecermos de amor.
Nunca me esqueço...
Mais (de) uma sem’Ana, Paula,
sem Ana Paula.
Eu mato aula, perco o trabalho
não jogo damas,
esqueço o baralho com os amigos,
só para estar ao seu lado,
ou em cima ou embaixo.
Acho que não suporto a espera,
mas, que jeito...
Perto de você, somos um;
longe, sou metade.
Antes, tarde...
Ainda tenho esperança 
de tê-la, de vê-la, 
senti-la criança 
livre, linda, sorrindo.
BalzaquiAna Paula.
Uma Ana Paula, trinta anos;
muitos acertos e desenganos.
Tantos sonhos e planos
desfeitos, refeitos.
Quero fazer parte
destes novos tempos
e navegar nos teus ventos.
A arte de seguir adiante,
não obstante os obstáculos;
pois, os oráculos não mentem;
eles sentem, eu pressinto
teu instinto de fêmea.
Muito te quero, mulher,
neste jogo de dominação;
mas, não importa o teu domínio
ou o meu fascínio;
eu sou o menino
que clama pelo teu amor,
que vibra no teu ardor,
intenso, quando chamas:
”Meu homem!”
Somem as dúvidas e as tristezas;
a saudade é forte;
mas, a certeza da tua sorte
em minhas mãos,
da minha pequena morte
em teus braços,
me faz, de novo, esperar
mais (de) uma sem’Ana, Paula...

Maioridade

Há trinta e três anos...

Oitenta e dois,
dois mil e três, outubro,
redescubro novembro.
Lembro dos bons momentos,
o tom do teu amor:
“cara, vamos aproveitar a vida!”
Um guardanapo de papel
guardando emoções.
Sol, estrela e linhas;
recordações...
 Porto de Galinhas, Itamaracá,
Trópico’s Bar, que inexiste,
Continental, quase triste
a primeira vez;
felizmente...
Treze pra catorze,
ontem e hoje,
exatamente vinte e um anos.
Maioridade;
amor não tem idade!
Antes, como num oráculo,
o Navegador previa a morte
em outros braços.
Ainda assim,
não compreendo
tua felicidade de agora.
Meu merecimento
ou teu alívio?
Seria um sinal de liberdade?
Outro convívio?
Quem pode recriar a história
das nossas vidas?
Mas, construímos
nossas próprias correntes.
Os elos são
nossas ações ou omissões.
Minha carência
não seria insensatez?
Talvez transferência,
querência de afeto.
Sinto chão e teto faltarem;
vivo a solidão
até não mais suportar;
idealizo musas
para projetar
palavras e sentimentos rebuscados.
Medusas veem e vêm
para me tirar a paz;
então, busco teus olhos
nos olhares doces,
agri-doces e amargos.
Espargindo dores,
vivenciando
o odor do teu corpo,
de amar cada parte
e descortinar a paixão
pela arte do prazer.
Extenuar as fibras,
perder libras de suor,
vez por vez, tez na tez
e de cor saber
os próximos passos
para chegarmos juntos ao clímax.
Pressinto fênix
a renascer das cinzas.
Reencontro, reencanto;
é você quem me inspira
aos bons e maus atos,
pequenos artefatos
de amor e dor.
Mas, igualdade
de chances e direitos;
tens a obrigação de ser feliz.
Estrela-guia,
me conduzistes até aqui;
fostes a minha visão,
a minha luz;
não pode haver
culpa ou remorso.
Busque novos caminhos,
outros colos e ninhos,
que o tempo e o espaço
necessários para o esquecimento
serão o teu bálsamo
para suportares percalços,
quedas e tropeços.
Hás que cumprir
as etapas;
também o farei.
Arrependimento e perdão,
reparação do erro
sem eximir-se da expiação;
quando voltares,
em cada recomeço,
nos lugares,
em tempos erráticos,
quero estar a teu lado.
Somos os maiores amigos.
Nossos abrigos
são o outro.
  Mas, nunca tenha dúvida.
Minha dívida,
meu Kharma,
minha dádiva,
meu Dharma.
Você foi, é
e será, sempre,
o grande amor
da minha vida;
das nossas existências,
a essência, a guarida.

Recompensa

Este pequeno poema, dedicado a uma linda mulher, tem mais de vinte anos...

Não sei se o teu cheiro
ou o teu sorriso,
sei que preciso
ver-te primeiro;
é minha sentença!
Talvez a tua pele
ou os teus cabelos,
quero vê-los;
que força me impele
à tua presença ?
Lábios sensuais
e mãos pequeninas,
mulheres felinas,
sábios desejos;
ter-te como recompensa.
O teu doce olhar,
o teu lindo perfil,
lançam um desafio;
querer te encontrar!
Quem age, não pensa...

Lourena

Fiz este poema, há cerca de doze anos, por um solicitação especial; é dedicado à Lourena, nunca a vi, não sei quem é; mas, acho que acertei o tema.

Nem loura, nem morena,
grande ou pequena;
apenas, entra no palco
e rouba a cena.
Como fazer
pra te levar ao cinema,
comer pipoca e algodão doce?
Fosse assim verdade
este sonho, suponho,
eu teria coragem
de seguir viagem
e embarcar no teu sono.
Adormecer e acordar ao teu lado,
te amar, extasiado,
beijar tua boca,
tirar tua roupa
 e navegar no teu corpo.
E, de novo, sonhar;
mas, me belisca!
Ah! Estou acordado!?
Talvez desdobrado,
também deslumbrado
com tanta beleza
e tua natureza de sorrir
um sorriso franco.
Jeito de criança
que eu não esqueço;
esperança de ter
a mulher que eu mereço;
saber de você
que eu não conheço.
Na vida,
tudo tem um preço
e falar pra você,
com a pena do poeta
que busca a rima
para atingir a meta
de descrever
o que não se vê, mas, se imagina;
não se aprende, mas, se ensina;
não se contém, mas, se domina;
não se encanta, mas, se fascina
pela felina, pela menina.
Enfim, muito prazer
em te conhecer
e, se você me disser
que é uma cantada,
vou te dizer que não é
uma qualquer;
tão somente,
um homem à procura
da fêmea, da mulher;
em busca constante
da alma gêmea
para seguir
o caminho do amor.
Seja lá como for...

Garota de Porcelana


Doce olhar tristonho;
não me engana
o teu sorriso,
Garota de Porcelana!
Nem precisa falar, 
suponho os teus
lindos olhos azuis a brilhar.
Sonhos mudos,
você cala;
eles são tua voz
e pedem socorro;
falam por ti, ecoam.
Mas, nada vai mudar
de fora pra dentro;
é de foro íntimo
a intimidar
a tua própria natureza.
Sem coragem, força
de enxergar
de entregar-se, de novo,
à beleza que transparece
a cada olhar;
meigo, carente,
leigo, latente,
encantador, inocente.
Tanta dor
não vale a pena;
então, ouve a pena
que te escreve
e te pede
para olhar ao redor;
sinta o calor
da tua própria chama
que clama desejos sábios.
Vêm dos teus lábios
as palavras da alma
inquebrantável e ardente;
a quinta essência
que nutre a cadência
das tuas formas.
Decora teu valor,
tanta sensibilidade
não tem sabor
se não tocar
e remover a tua calma
 até aflorar
a mulher amável, amante.
Encante!

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Minha Filha


Dany, "Minha Filha", fiz esta poesia pra você, em 2006; a sua essência é a mesma; mas, hoje, ao perceber você "genuinamente" feliz, fiz algumas alterações no texto; notadamente na questão amor; não tinha lhe mostrado ainda; porém, o tema continua muito atual.

Pequenina ilha no oceano,
as águas do teu coração
são turbulentas.
Mas, as mudanças em sua vida
são tantas, que as mágoas
causadas, não esquecidas,
são brandas.
Enquanto andas veloz,
teu algoz é a tua ansiedade.
Buscas novos caminhos,
encontras carinhos definitivos.
Teus amigos são leais;
teus anseios, legais.
Não tens a dubiedade da geminiana,
tua força é a família;
transmuta e constrói um recomeço.
Saiba, minha filha,
tens o meu sangue,
mais do que este,
minh’alma 
inconstante e ardente,
forte e carente;
acima de todo o bem
e quaisquer males,
vales quanto pensas.
Nostalgia do “paizãozinho”!
Relembro teus primeiros passos,
teus beijos e abraços,
o sorriso ingênuo e pueril
de criança mimada,
amada, sempre.
As primeiras palavras balbuciadas,
as travessias engraçadas,
o temperamento obstinado
de querer resultados.
Em quaisquer distâncias e tempos,
estarei a seu lado.
"Macaca", quero
que sejas muito feliz,
espero que o consigas.
Esta conquista é muito importante,
tanto quanto és para mim.
Danielle, zele pela paz
que procuras; 
a cura está dentro de ti.
Sele o teu destino
apagando a amargura de fatos
passados e presentes;
tente ser mais tolerante,
errar é condição humana
e perdoar é entender o outro.
Na busca do afeto,
encontraste, enfim, o amor
que eu abençoo.
Alça teu voo,
és livre.
Minha filha, eu te amo! 
     
“Paizãozinho”, Fortaleza, 22/03/2006