Há trinta e três anos...
Oitenta e dois,
dois mil e
três, outubro,
redescubro
novembro.
Lembro dos
bons momentos,
o tom do
teu amor:
“cara, vamos aproveitar a vida!”
Um
guardanapo de papel
guardando
emoções.
Sol,
estrela e linhas;
recordações...
Porto de Galinhas, Itamaracá,
Trópico’s
Bar, que inexiste,
Continental,
quase triste
a primeira
vez;
felizmente...
Treze pra
catorze,
ontem e
hoje,
exatamente vinte
e um anos.
Maioridade;
amor não
tem idade!
Antes, como
num oráculo,
o Navegador
previa a morte
em outros
braços.
Ainda
assim,
não
compreendo
tua
felicidade de agora.
Meu
merecimento
ou teu
alívio?
Seria um
sinal de liberdade?
Outro
convívio?
Quem pode recriar
a história
das nossas
vidas?
Mas,
construímos
nossas
próprias correntes.
Os elos são
nossas
ações ou omissões.
Minha
carência
não seria
insensatez?
Talvez
transferência,
querência
de afeto.
Sinto chão
e teto faltarem;
vivo a
solidão
até não
mais suportar;
idealizo
musas
para
projetar
palavras e
sentimentos rebuscados.
Medusas veem
e vêm
para me
tirar a paz;
então, busco
teus olhos
nos olhares
doces,
agri-doces
e amargos.
Espargindo
dores,
vivenciando
o odor do
teu corpo,
de amar
cada parte
e descortinar
a paixão
pela arte
do prazer.
Extenuar as
fibras,
perder
libras de suor,
vez por
vez, tez na tez
e de cor
saber
os próximos
passos
para
chegarmos juntos ao clímax.
Pressinto
fênix
a renascer
das cinzas.
Reencontro,
reencanto;
é você quem
me inspira
aos bons e
maus atos,
pequenos
artefatos
de amor e
dor.
Mas,
igualdade
de chances
e direitos;
tens a
obrigação de ser feliz.
Estrela-guia,
me
conduzistes até aqui;
fostes a
minha visão,
a minha
luz;
não pode
haver
culpa ou
remorso.
Busque
novos caminhos,
outros
colos e ninhos,
que o tempo
e o espaço
necessários
para o esquecimento
serão o teu
bálsamo
para
suportares percalços,
quedas e
tropeços.
Hás que
cumprir
as etapas;
também o
farei.
Arrependimento
e perdão,
reparação
do erro
sem
eximir-se da expiação;
quando
voltares,
em cada
recomeço,
nos
lugares,
em tempos
erráticos,
quero estar
a teu lado.
Somos os
maiores amigos.
Nossos
abrigos
são o
outro.
Mas, nunca tenha dúvida.
Minha
dívida,
meu Kharma,
minha
dádiva,
meu Dharma.
Você foi, é
e será,
sempre,
o grande
amor
da minha
vida;
das nossas existências,
a essência,
a guarida.
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