terça-feira, 11 de agosto de 2015

Amor Incerto


O que houve?
Estou sem paz,
sem mais, nem menos;
sem pai, nem mãe.
O tempo passou
e as oportunidades não voltam.
Idades oportunas já se foram.
E agora?
Nada além, aquém dos tempos,
devo a quem não posso pagar
e a culpa me consome.
Some-se a isto, o remorso.
No dorso, o mundo carrego.
Sossego, só à noite,
no descanso insone.
Sem tocar o telefone,
engano a fome e a sede.
Enfim, adormeço.
Este é o preço
da justa colheita.
Como mudar?
Com paciência.
Esperar o desespero não vir.
Ver o que dá pra fazer.
Fazer o que não se vê.
Onde?
Aqui, ali, alhures.
Em algum lugar,
talvez solidão.
Encontrar-se só.
A sós?
Eu, sim e nós? Não.
Então?
Desencontro.
Amor incerto
supre o momento;
mas, não nutre o presente,
que se alimenta de esperança,
não, de incerteza;
de cumplicidade,
não, de atitudes isoladas.
E esta dúvida,
quem sabe,
pode ser a dádiva
para o crescimento.
Na dor, tenacidade é preciso.
De quando em vez, um sorriso.
Perseverança e sensatez
para entender
que se não for desta vez;
certamente,
haverá um instante
de estabilidade e constância;
após a tempestade, bonança.
Ponto de partida
para a definitiva felicidade.

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