sábado, 3 de janeiro de 2015

Amar-te


Em 2003, li um texto em jornal local, Fortaleza, falando sobre a luz de Marte, que estaria bem próxima ao nosso planeta; então, o trocadilho fácil com o amor, o "Amar-te", Valquíria.

Ah! Marte...
Sessenta mil anos sem ver-te.
Anos-luz
sem a tua luz
vermelha, bela e distante.
Adeus, talvez;
mês, agosto.
A gosto de Deus.
Quantos anos mil passarão
para eu poder
tocar-te de novo? 
Efêmero, não;
lúdico e etéreo.
Neste cenário,
quero amar-te, mulher!
Beijar o teu colo,
olhar nos teus olhos,
sentir tua vênus
e na gangorra do amor,
subir e descer
até encontrar-te
e, então, me perder.
A arte de querer-te bem,
tantos anos mil passarão,
também, até, 
de novo, encontrar-te.
Como dois espíritos
vagando na erraticidade.
Quantos planetas e cidades,
aflitos percursos percorridos
em busca, tão somente,
da felicidade.
Encontros e desencontros,
encantamento e desencanto.
Tantos discursos
à própria sorte, 
perdidos na morte do afeto.
Até surgir
o momento propício
de dizer-te:
"vou amar-te sempre,
de agora em diante,
muito antes
deste momento,
aquém do início".
Assim é 
o equilíbrio dos tempos.
Vem!
Não tenha medo!
Quero dividir
meus segredos e dúvidas.
Da vida,
nada levamos;
só o amor.
Ah! Marte...
Que sorte!
No tempo e no espaço,
encontrar teus abraços,
penetrar teus espaços de fêmea,
despertar em teus braços.
Semear esta morte
e renascer
para, de novo
e sempre,
amar-te.

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