domingo, 25 de janeiro de 2015

Vinte e Um


Então, veio um dia.
Vinte e um, também.
No momento da dor maior,
acordes adentram à sala.
Demonstro confiança,
mas perco a fala.
Calo a emoção; sangro.
A letra da melodia diz:
“...e cada vez que eu fujo
eu me aproximo mais...”
Faltou humildade.
O orgulho parece vitorioso.
Este resgate, doloroso,
transcende à perda.
Agarro-me a lembranças recentes
e de vidas passadas,
na esperança de vencer as trevas
e enxergar o reencontro.
Estarmos frente à frente.
De repente, lapso de tempo
necessário à maturidade.
Sentir a falta da matéria
e a miséria espiritual.
Crescermos.
Causa e efeito.
É justo pagarmos
pelo que cometemos.
Às vezes,
temos a impressão
que não é o livre arbítrio.
A vida toma um rumo
diferente do idealizado.
Diferente!? Ideal!?
Qual nada!
Nada acontece ao acaso.
O ocaso vem
para um recomeço.
É o preço.
Esta falta de norte
é só impressão.
São os caminhos
da ocasião gerada pelos erros.
Esta morte
é renascimento em vida.
Curar as feridas,
do arrependimento ao perdão.
Expiar e reparar;
não, necessariamente,
nesta ordem.
Errar é humano;
de novo,
esquecer é prerrogativa
para retorno ou continuidade.
Mas, só o amor,
verdadeiro,
conduz à liberdade.

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