domingo, 25 de janeiro de 2015

Cartografia


No mapa do teu corpo
aporto os meus desejos;
com beijos,
procuro os teus lábios.
Os dedos encontram
sábios espaços dos teus contornos.
Nesta contenda de prazer,
minhas mãos retiram a leve renda
que esconde a fenda solícita
do teu amor.
Explícitas palavras, gestos incontidos,
textos esquecidos, escravas sensações.
Então, na contra-mão dos corpos,
bocas e entre-coxas se encontram.
Músculos e virilhas tensos, tesos;
cento e oitenta graus!
Depois, penetro o teu labirinto,
descortino o véu pubiano,
saboreio o fel do teu âmago;
estamos presos, entrelaçados
por uma aura de paixão.
Invades minh’alma,
tiras a calma tênue da certeza de ti;
pois, ao arremeter-me, 
sinto a loucura do nosso amar
à procura do exato momento
de ter o controle
para a igualdade do êxtase.
Todos os sentidos e órgãos,
agora, órfãos;
então, no silêncio,
ouvimos o sussurrar dos estômagos.
Desfalecer e renascer
para o recomeço suave.
Preciso, mereço
a ternura do teu olhar
para afagar o teu coração;
intenso encontro, tantos encantos;
encantamento!
Em qual dia te encontrei?
Quando me encantei?
Ao primeiro olhar?
Aquele sorriso?
Te adoro!
De cor, capto a tua geografia;
onde te arrepias, como me procuras,
o quê te alucina, por que me fascinas,
quem me domina e reconheço
quanto de ti é menina, quanto é mulher.
Quero saber da tua cartografia
de margens e talvegues;
e que eu a navegue sem fim.
Fora de ti, sim;
talvez eu me perca para entender; 
assim, que aquilo te faz sorrir,
seja importante pra mim.
E o que te faz chorar sirva de ventura.
Choro; não pela aventura
da emoção do sexo que nos une;
mas, pelo amor de Deus,
que reúne dois espíritos
carentes, aflitos, de muitas desventuras.
Estamos anexos um ao outro.

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